31 de outubro de 2016

Uma refeição rápida






Venham os fim de semana preenchidos! Rua, muita gente, festas de criança, horas seguidas com os miúdos. Gostas tanto. Disso e de ben u ron. Juntos então, são uma conjugação vencedora. 

Sábado. Acorda, futebolada dos rapazes, sapatos para a pequena, almoçarada com amigos, festa com insuflavel, jantar, xixi, dentes, cama. (Sim, ainda no meio de móveis e baldes de tinta)..

Domingo. Acorda. Muda a hora dos relógios de casa e do carro (não vás asneirar como TODAS as vezes que muda a hora). Festa com póneis e bicharada, almoço, festa de aniversário da tia na casa da avó e adeus que amanhã é dia de escola.

Chegas a casa. Relógio. Que tarde. Tens de preparar qualquer coisa rápida. Hoje estás sozinha, sem o sr. Cáustico. Há banhos para dar. Mesmo tarde, caramba. Os miúdos precisam dormir, pararam por momentos e parecem estar em exposição no Madame Tussauds. Bacilentos. De olhar fixo. 

Pensa. Um jantar rápido. Bolas, pensa. Não caias na tentação. Não faças douradinhos. Too easy. Já ninguém faz isso. Os miúdos dos outros estão neste momento a comer bagas goji em saladas exóticas com húmus, raspas de cenoura, arroz integral, peixe pescado há 2 horas e sumo de romã acabado de fazer. Tudo biológico. 

Vá lá, vês todos os dias inúmeras ideias de receitas fáceis e rápidas no insta, no fb, nas revistas de casa da sogra. Não planeias? Por favor, criatura! Não te deixes cair nos douradinhos! Tu és melhor que isso. No fundo, não. Percebes tanto de cozinha como um suporte de papel higiénico. 

Um espaguete de atum - não há tomate
Um salmão no forno - não descongelaste o salmão 
Uns ovos mexidos - comeram ovo ontem
Umas tostas com batatas de pacote - estás a ser má mãe 
Courgete espirilizada com camarão - não tens espirilizador
Um empadão de qualquer coisa - demora demasiado
Croquetes, rissois, bolos de bacalhau - não, são fritos. Não se dá fritos aos miúdos.
E é sempre isto. Ou não é saudável, ou não tem proteína, ou os miúdos não comem, ou não tens um ingrediente. E de repente as refeições rápidas são um longo pesadelo. 

NÃO     FAÇAS      DOURADINHOS. 
Faz um esforço. Abre o frigorífico. O que tens? 

Iogurtes. Enchidos. Arroz de ontem. Vinho. Doce de abóbora. Azeitonas. Minis. Um tupperware com um resto de comida que te sentes melhor ao deitar fora só depois de 3 dias a ganhar fungos. Um ramo de coentros. Babybel. Limão. Tens que melhorar este frigorífico. Um dia. Tens de ir todas as semanas ao super. Ah, já vais. Planeamento. É isso. Falta planeamento. 

Salsichas não são saudáveis. Calma, sopa tens. Isso ta planeado. As mães sabem que pelo menos sopa tem de haver. 
A sério.... Há receitas para aí aos pontapés, livros só de receitas rápidas para o improviso, artigos de 3 ou 4 ideias para frango rápido, atum rápido, bife rápido, massa rápida. É tudo tão rápido, caramba! 

E no entanto, passaram 15 minutos só para tentares decidir o que vais fazer justamente em 15 minutos. Não há receita que tenhas todos os ingredientes, ou que não precisasse de haver algo descongelado. Ou fresco. 

Mais 10 minutos. Mais pressão. Os miúdos estão mesmo cansados. 
Está mais que visto que sentes a pressão. E ela afeta te. 

Sabem o que é rápido??
Douradinhos! Os douradinhos são rápidos!! (A ler aos gritos com raiva da cozinha, culpa de mãe, em jeito de desafio misturado com esgotamento nervoso)

Enquanto lavas os traquinas e sai sarro como se fossem uma versão do Mogli, aquelas raspas de peixe aquecem e quase parece um jantar. Aqueces o arroz de ontem. 
Aviem isso em três tempos. Sopa, raspas de peixe e maçã. Tens de comprar fruta da época, ok? 

Ufa, pronto. Já está. Que rapidez. Hoje foi mesmo duro. Vá, Vamos para a cama. Xixi e dentes. Deitar. História. Beijinho. Mesmo a tempo. Que tarde, meus amores.
Estão a ver? Olhem para aqui. São 20:30............ 

Uma hora mais cedo que o habitual. 

Todas as mudanças de hora. Todas. 

Ju, a Cáustica

30 de outubro de 2016

A mia Bia?


Dizem os especialistas que os bonecos de conforto são muito importantes para a confiança e a sensação de segurança da criança, principalmente na hora de dormir.

O nosso filho mais velho nunca quis saber disso. Não liga nenhuma a peluches e nunca ganhou afeto especial a nenhum boneco. Como ele dormia pouco, insistimos na procura de um amiguinho de brincar que o ajudasse na hora de dormir. Depois de muitas experiências, lá conseguimos que se apegasse a um boneco que ainda hoje é a sua companhia durante a noite. E, na verdade, começou a dormir melhor, seja coincidência ou não.

Por isso, ficámos todos contentes quando a mais nova se agarrou logo desde os dois meses de idade a uma coelhinha de peluche que lhe ofereceram à nascença. Era conforto garantido assim que se abraçava a ela e passados uns minutos estava a dormir. Batizamo-la de Bia e passou a ser a sua melhor amiga.



Desde essa altura que vai com ela para todo o lado, agarra-se a ela com unhas e dentes e desata aos berros (A mia Bia, a mia Bia?) se a perde de vista por um segundo que seja. Às vezes o boneco está cinzento em vez de cor-de-rosa e é um dia de desespero quando se tem que lavar. Já sabemos que vamos ter perguntas de cinco em cinco minutos – a mia Bia, a mia Bia?

Ontem, descobrimos a seguir ao jantar que não sabíamos da Bia.
Bum!
Bum, bum!
Baque no coração, dor de cabeça a crescer, suores frios a descerem pelas costas…
Como não sabemos da Bia? Como?
E agora?
Toca a procurar em todos os recantos da casa. Debaixo do sofá, das mesas, das cadeiras… debaixo do monte de brinquedos que temos na sala.
Nada de Bia.

Pensamos que talvez tenha ficado no carro e lá vai o pai procurar. Não está! Na rua, debaixo do carro? Também não. Será que o cão a apanhou e levou para dentro da casota? Nada!
Nada de Bia.

Bolas! Raio do peluche… são 9h30 da noite e a miúda já devia estar a dormir.

Bom, vamos assobiar para o ar, a miúda ainda não perguntou por ela, pode ser que não se lembre (pensamentos inúteis, mas nestes momentos somos os primeiros a acreditar no Pai Natal). Damos-lhe o segundo melhor amigo para a mão e deitamo-la como se tudo estivesse dentro dos conformes. Excelente ideia! Não passam nem 30 segundos até começar a choradeira. Mas das grandes!
A mia Bia, a mia Bia?

É oficial: O mundo vai acabar no próximo minuto se a Bia não aparecer…

Voltamos à enumeração das hipóteses, procuramos outra vez nos mesmos sítios, em desespero de causa, o pai resolve procurar pela terceira vez no carro.

E lá vê, finalmente, uma orelhinha castanha a espreitar debaixo da cadeira da miúda. Como, mas como, de que forma e em que momento é que isto veio aqui parar?

Nem um minuto depois, a miúda já está a dormir… suspiramos os dois bem fundo e podemos voltar às nossas vidas. O mundo não acabou e a vida é bela.

Os bonecos de conforto dos nossos filhos são muito importantes para a confiança, a segurança e para uma boa noite de sono.
É isso tudo.
Mas são também os maiores monstros nos nossos piores pesadelos.

Sónia "a cota"

29 de outubro de 2016

A persistência da criança

O Eduardo (quase com dois anos) pergunta todos os dias, sem excepção, ao António (com 2 meses) se quer ir brincar aos cubos com ele...
Sem resposta vai brincar sozinho mas não perde a esperança de no dia seguinte construir a torre com o mano! Admiro a persistência desta criança.

Susana "a corajosa"


28 de outubro de 2016

Mãe, tive uma ideia!



No outro dia, estava o Miguel entretido a brincar com os carros da Patrulha Pata - que passaram de melhores amigos a brinquedos desinteressantes e novamente a melhores amigos quando chegaram os novos episódios - e de repente vem ter connosco, espeta o indicador esquerdo no ar e diz "Tive uma ideia!".

Tive uma ideia!

Ele teve uma ideia!

O rapaz teve uma ideia e cheio de alegria veio partilhar com o mundo, que no caso dele e às 20h30 da noite se resume ao pai e à mãe. E à irmã, que não percebe nada do que ele diz, mas acha sempre muita piada.

Nós ficámos todos contentes, na expectativa, já imaginando patentear a dita cuja, fazer fortuna e viver dos rendimentos.

- E então qual é? Conta, conta.

Ele sorri-se num grande sorriso, vira costas e volta para os carros da Patrulha Pata.

Mas então?

Está a fazer-se difícil, o miúdo…

E voltamos a perguntar, de várias formas e em tons diferentes. E ele, a ignorar-nos ostensivamente, recusa-se a voltar ao assunto. Já disse o que tinha a dizer e o assunto está arrumado. Não queiram saber demais, a notícia está dada.

E assim se acaba o sonho das grandezas.

Não é desta que ficamos ricos... mas o que verdadeiramente interessa, para ele e para nós, é que a aventura das ideias começa. A celebração, para ele e para nós, é na verdade o momento único, mágico, alegre e maravilhoso daquela luzinha a acender-se no cérebro e a fazer conexão com muitas, tantas outras coisas.

Por isso, sim, é desta que ficamos um pouco mais ricos. Aleluia, o puto teve uma ideia!


Sónia "a cota"

27 de outubro de 2016

Já tem programa para a família? Nos dias 29 e 30 tem muito por onde escolher!





Aqui seguem as sugestões para o último fim de semana de Outubro.... E não se esqueçam que no Domingo muda a hora (às 2h00 regressamos para a 1h00)!

A pagantes:

- "O Meu Monstro no Armário" - para maiores de 6 anos, na Biblioteca Municipal Orlando Ribeiro, Lisboa, no dia 29 de Outubro (Sábado), às 16h00.
Um conto e uma oficina de expressão plástica sobre o medo.
(€5)

- "Brinquedos para Ideias Sérias" - dos 5 aos 9 anos, no MAAT, Lisboa, no dia 29 de Outubro (Sábado) às 15h30.
Com base em peças e brinquedos criados por Charles e Ray Eames, esta oficina pretende criar um novo brinquedo usando materiais como cartas, formas geométricas de cores opacas ou blocos de madeira e papel, que depois poderá ser levado para casa.
(€5)

- "Invasão Intergalática" - dos 4 aos 12 anos, na Reitoria da Universidade do Porto, no dia 29 de Outubro (Sábado) das 15h00 às 19h00.
Oficinas de Halloween para várias idades, com contadores de histórias, oficina de expressão plástica, culinária e ciência.
(€8 criança + adulto)

- Balleteatrinho - "O Incrível Rapaz que Comia Livros" - dos 4 aos 10 anos, no Coliseu do Porto, no dia 29 de Outubro (Sábado) das 16h00 às 18h00.
Atelier de movimento e interpretação para sensibilização e introdução no mundo da dança e teatro. No final os pais vão poder assistir ao resultado atelier numa pequena peça apresentada pelos participantes.
(€10)

- Mercadito da Carlota - para todos, no Centro Cultural de Belém, no dia 29 de Outubro (Sábado) das 10h00 à 19h00.
Um mercado que junta várias marcas de roupa e acessórios para bebés e crianças e onde vão decorrer actividades para os mais novos, como teatro de fantoches, pinturas faciais e espectáculo de magia.

Kids Market - para todos, no Hotel Pestana Palace, Lisboa, no dia 29 de Outubro (Sábado) das 10h00 às 19h00 e no dia 30 de Outubro (Domingo) das 10h00 às 18h00.
Um evento que inclui desfiles de moda infantil de variadas marcas, aulas abertas de dança, expressão plástica, leitura de contos, baby gym entre muitas outras diversões para bebés, crianças e adultos.
(€1 que reverte para o projecto Violência no Namoro)

- Actividades da Gulbenkian - dos 2 aos 7 anos, no Museu Gulbenkian, no dia 29 de Outubro (Sábado) às 15h30 e no dia 30 de Outubro (Domingo) às 10h30 e 11h30.
Sábado - dos 5 aos 7 anos "Aaaah! A breve coleção e espantos"
Domingo - dos 2 os 5 anos "Kizwa kyé – Desvendar, furar, ficar!"
(€7,50 criança + adulto. €4 pessoa adicional)

- "Cabelos em Pé" - para maiores de 4 anos, na Casa do Coreto Lua Cheia, Lisboa, no dia 29 de Outubro (Sábado) às 16h00 e no dia 30 de Outubro (Domingo) às 11h30.
Um teatro que explora o conceito de medo (quantos existem? como é que é?)
(€5)

- "O Gato das Botas" - para maiores de 3 anos, no Teatro Armando Cortez, Lisboa, nos dias 29 e 30 de Outubro (Sábado e Domingo) às 15h00.
Um espectáculo musical inspirado no conto de Charles Perrault, apresentado pelo TIL (Teatro Infantil de Lisboa).
(€11)

- "Entre Bruxas e Feitiços, Pé de Cabra e Ouriços", para maiores de 3 anos, no espaço CreSer, Vila Nova de Gaia, no dia 30 de Outubro (Domingo) às 11h30.
Um conto musicado onde aparece a Bruxa Mimi e o Gato Rogério que prometem animar a véspera do Halloween.
(€4)

- Teatro para Bebés "Piu Pau Piu" - dos 6 meses aos 5 anos, Armazém 22 em Vila Nova de Gaia, no dia 30 de Outubro (Domingo) às 11h30.
Para comemorar os 5 anos do Teatro para Bebés, estreia esta criação que pretende estimular os mais novos com um espectáculo visual e interactivo sobre nascer, crescer e voar.
(€8,50 criança + adulto)

De borla:

- "Engenhocas de Palmo e Meio" - para toda a família, no LoureShopping, piso 1, nos dias 29 e 30 de Outubro (Sábado e Domingo), das 11h00 às 13h00 e das 15h00 às 20h00.
Atelier para toda a família ir construindo a sua engenhoca a partir de peças lego.


Bons programas!!!

Susana C. "a corajosa"

26 de outubro de 2016

Crepioca






































Na senda das receitas saudáveis, não posso deixar de partilhar este crepe que não leva farinha de trigo nem açúcares e que dá para o pequeno, almoço, lanche ou jantar - a crepioca!

Cá por casa já nos convertemos todos, cada um com o seu recheio, e para além de ser saudável, tem ainda mais dois trunfos (As trunfo e manilha trunfo, mesmo!): é rapidíssimo de fazer e deixa-nos saciados, ou seja, uma ótima forma de controlar o apetite.


Eu faço a minha crepioca com polvilho doce (amido de mandioca ou fécula de mandioca) que há em praticamente todos os supermercados e grandes superfícies (Jumbo, Continente, Pingo Doce, Lidl, e até já vi no MiniPreço).
O polvilho doce é um hidrato de carbono presente na mandioca, com um baixo teor de gordura, sem glúten, e que faz maravilhas na cozinha. Pode ser utilizado em bolos, fazer tapioca (um dia destes partilho a receita), pizzas e muito mais.
Também encontra à venda polvilho azedo, que tem um sabor mais intenso e azedo por ter sido fermentado.

Então a receita da crepioca que faço cá em casa é a seguinte:

- 1 ovo
- 2 colheres de sopa de polvilho doce
- 1 colher de sopa de queijo quark (há quem ponha requeijão, ou iogurte natural, ou leite, ou não junte mais nada, mas penso que com o queijo fica com uma consistência mais incorpada e fofa de panqueca que eu gosto)

Mexer o ovo com a farinha para unir ambos. Juntar o queijo e envolver tudo.
Numa frigideira anti aderente pode colocar uma gordura (óleo, olho de côco, etc) ou não por nada (eu não ponho nada e não agarra ao fundo) e deite o preparado. Deixe solidificar de um lado, depois vire para solidificar do outro.

O recheio é o que quiser. Pode ser com queijo, fiambre, presunto, cogumelos, espinafres, frango desfiado ou atum. Nestes casos ponho o recheio na crepioca quando a viro na frigideira para o conteúdo derreter (queijo) ou ficar quente. Mas também adoro com salmão fumado e queijo quark, como esta que fiz agora, sendo que neste caso recheio já no prato.

Experimente porque é maravilhoso (e um vício)!

PS - Há duas noites atrás, depois de um serão para adormecermos os três pequenos, eu e o meu marido ficámos cheios de fome. Em vez de comermos bolachas e tudo o que íamos apanhando, decidimos fazer umas crepiocas num instante com presunto e queijo derretido, que ficaram um delícia. Fiquei saciada toda a noite, e fui amamentando o António (que acorda ainda de 3 em 3 horas ou com um intervalo inferior a este) sem sentir fome! (Um mal constante das mamãs que amamentam)

Susana C. "a corajosa"

25 de outubro de 2016

Sunday morning


Domingo e acordar às 8h20, antes mesmo da Carolina despertar,  é assim para cima de espectacular!
Acordei e vejo a pequena de olho fechado, mas olhei de novo e nada de marido!
Decidiu levantar-se às 6h e está a ver pela 89ª vez o Saw II - A Experiência do Medo
Não resisti e acordei a criança aos beijos, ela abriu o olho e pumbas - começou a loucura! Brinquedos por todo o lado, todas as televisões no canal Panda e eu afinal só queria estar na caminha quentinha e sossegada!
Quem me mandou a mim acordar a ferinha, quero dizer a "riqueza da mãe"!
Ela quer brincar aos supermercados, montar o puzzle gigante da pepa...
O pai volta para a nossa cama,  quando finalmente estamos todos juntos na cama a ver o Ratatui, rodeados de pandas, sapos, pocoyos e mais mil e um brinquedos - trimmmmmmm trimmmmm! 
Ups tenho de ir trabalhar! Sim, às vezes também trabalho ao Domingo...
Sorry marido! Safa-te sozinho, brinca até a exaustão às lojinhas, barriguitas e afins!
Ah e não te esqueças de fazer o almoço!
Porque eu, volto quando puder!




Joana Silva a "despistada"




24 de outubro de 2016

Quando o inesperado acontece...

Quando resolvi engravidar pela primeira vez, tudo correu como estava à espera. Consulta, exames, ácido fólico e passado um mês teste positivo. Passadas 41 semanas nasceu o Afonso.

Passados 2 anos o tema voltou a entrar cá em casa... se correu bem a primeira vez, desta vamos fazer tudo igual. Consulta, exames, ácido fólico e iodo (desta vez dizem que faz bebés mais inteligentes) e passado um mês, depois de muita ansiedade e vários testes lá veio o positivo... que alegria... o Afonso finalmente ia ter um mano! 
Às 9 semanas o inesperado acontece, um pequeno sangramento que começa aos poucos a aumentar, ecografia e confirma-se... um aborto espontâneo... 

Os primeiros dias foram duros com a sensação de perda e com plena consciência que os planos que organizei na minha cabeça durante meses tinham ido por água a baixo...
Todos me diziam que "tinha sido melhor assim"... "que a natureza sabe o que faz"... mas é muito difícil aceitar quando está tudo planeado e depois percebemos que afinal não acontece só aos outros.

Passados 15 dias voltei à minha vida normal e depois do meu corpo regularizar, voltamos a tentar. Desta vez a coisa ia ser muito diferente... as dúvidas e incertezas invadiram-me e não fiz logo o teste. 
Entretanto veio o positivo, e as semanas foram passando devagarinho. Desta vez a gravidez veio com direito a tudo... muitos enjoos, tensão de passarinho, muito muito cansaço mas mês após mês os planos voltaram a recompor-se e comecei a acreditar de novo. 

Passadas 39 semanas cá estou eu com uma barriga do tamanho do mundo e com um Vicente cheio de energia pronto para vir conhecer o mundo.

Continua a vir-me muitas vezes à memória uma frase que a minha querida Dra. M me disse à saída da primeira consulta depois de confirmar esta terceira gravidez: "Já está cumprida a estatística, agora vai tudo correr bem".

Agora com a distância de um ano consigo perceber que nada acontece por acaso e que apesar da tristeza e desorientação que senti com esta perda, percebo que também me deu ferramentas para me conhecer melhor... experiência de vida!

Su, a "organizada"

23 de outubro de 2016

321 shades of grey







Tu navegas no Pinterest, vês o House Rules, até os queridos, fofinhos que mudam casas. Tu vais pontualmente à Leroy, ao Aki, ao IKEA (aproveitas sempre para aviar cinnamon buns). Espreitas a Área, namoras a Zara Home. Então, um dia, a magia acontece. 

Tu decides remodelar a tua casa! Tu decides fazê-lo tu mesma!! 
Tu... és claramente alguém com problemas. Profundos. 

Mas avanças. Entras na grande superfície do material de construção. Sabes que queres pintar a casa num cinza médio e confortável. Constatas que há cerca de 321 cinzas diferentes com nomes como cinza lunar, cinza nuvem, cinza zinco, cinza pedra, cinza prata, cinza frio, cinza rato, elefante, pombo ou guaxinim.

Começas a suar em bica com a pressão. Completamente desorientada com os 321 cinzas. Só queres um cinza. Escolhe um cinza. Qualquer um! Escolhe! Por favor, escolhe!!
Pegas num. Metade do trabalho ta feito. Vais para casa. Já tapaste buracos, lixaste, limpaste, puseste fita, forraste o chão. Pões uma touca no cabelo.

Tu és o rambo da pintura com rolo!

Fazes o teste. Parece bem. A sério, mesmo fácil. Pintas um quarto inteiro. Olhas. 
O cinza afinal é roxo. Vá, beringela claro. Com tons de cinza. Mas não é cinza. Só por volta das 15:27, com o sol a dar de esguelha naquela nesga de 4,4 cm entre a janela e o sítio da cama. Aí, nesse momento, é um cinza perfeito. 

Nisto, passaram 3 dias. Não entras em pânico, acontece. Tentas esquecer que compraste 15 lt de um cinza arroxado com laivos de beringela e sombras de prata. Voltas à grande superfície. Compras outro cinza. Voltas para casa. Testas. Sim, agora é que é. Deixas o primeiro quarto a secar e começas tudo de novo para pintar o corredor. 

Já está. Então, olhas. Se calhar é mais azul do que cinza. Isto é definitivamente azul. Chamas os vizinhos, o marido. Sim, é azul. Quase cinza, mas azul. Calma. Isto não é mais forte que tu. Tu não és de desistir. Tu és forte. Tu estás tão perto de chorar em posição fetal...

Voltas a sair. Estás quase há uma semana nisto. Os miúdos estão todos em casa este fim de semana. Tens que pensar rápido. Não. Não ponhas branco. Vai com calma. Tu és capaz de escolher um cinza. É sexta feira, tens de avançar. Não sabes o que fazer com o quarto beringela. Nem com o corredor azul.

Voltas à grande superfície. Terceira vez. Fazes xixi antes de sair, e voltas lá. Ao corredor dos 321 cinzas....

Neste momento o rambo da pintura a rolo virou uma criança no primeiro dia de escola. Tu és basicamente um saco de nervos esfrangalhados. Aterrorizada pela trincha, intimidada pelo rolo. Mal consegues andar. Pegas aos tremeliques no terceiro cinza. Que é esverdeado, na parede do segundo quarto. Repetindo: es ver de a do. Esverdeado.

Hoje é domingo. Acordas com um miúdo na tua cama, os outros dois dormem no meio de caixas, móveis empilhados e testes de tinta na parede. Metade da tua casa está agora forrada com jornais e plásticos, há móveis amontoados no meio das divisões. As crianças crescem neste ambiente. Sim, este ambiente: um quarto beringela/cinza, um corredor azul/acinzentado e uma parede cinza/esverdeado. 

Depois pensas nisso. Agora a prioridade são os garotos e o vosso fim de semana. Tens um lanche na casa nova dos amigos. Entras. A sala é cinza. Exactamente como querias. Cinza. Um cinza perfeito. O teu cinza.

Ela: "Gostas? Foi facílimo escolher a cor, mas mandamos pintar que nós não somos tão jeitosos como tu, cáustica!"
Tu, com sorriso amarelo, a suar, quase a chorar e com o estômago as voltas: "Ah, ah, ah isto não é para todos, não!"

Claramente.
E vais enfardar bolos o resto da tarde.

Ju, a "cáustica"

À descoberta


Estava o Diogo sentado na sanita, com cara de explorador e de sobrolho franzido.

E o que fazia? Estava a mexer na piloca e a conhecer cada pormenor.
A puxá-la para baixo, a puxá-la para o lado, a puxá-la para cima e eis que descobre os tomatitos!

De olhos arregalados observa melhor e repara numa covinha que se forma entre a separação dos dois tomatitos e pergunta: olha mamã a minha piloca tem um pipi...???

LOL estas cabecinhas de 3 anos são uma caixinha de surpresas :)


Susana, a "versátil"

22 de outubro de 2016

As Primeiras 1000 Palavras


Há crianças que desatam logo a falar assim que se apercebem que conseguem produzir sons. É o caso da Leonor que fala pelos cotovelos, embora não se perceba metade. Mas há outras que vão guardando tudo no seu disco rígido e só se aventuram na arte da fala quando têm a certeza que vão dizer tudo direitinho. O Miguel é destes.

Mas é tão importante para uns como para outros a aprendizagem das palavras, a relação da palavra com o objeto e a alegria de saber dar o nome às coisas... ainda que alguns só o verbalizem mais tarde.

Há vários livros indicados para esta primeira fase da aprendizagem da fala. O cá de casa é este: As Primeiras 1000 Palavras.  É um dicionário visual, cheio de ilustrações divertidas. Tem tudo o que eles gostam: as rotinas do dia-a-dia, as cores, os alimentos, os animais, os veículos, os instrumentos musicais e por aí fora.







Explorar o mundo é decifrá-lo, dar-lhe um nome, conhecê-lo. Numa divertida e ilustrada edição Larousse, este dicionário visual é um daqueles primeiros livros que vai despertar a criança para vários mundos, trazendo novos significados à sua vida.” (aqui)



O Miguel adorou.
Agora é a vez da mana.
E eu recomendo!





Sónia "a cota"

21 de outubro de 2016

Bolo da caneca

Muitas vezes temos dificuldade de arranjar actividades para entreter os mais pequenos em casa. Agora que está a chegar a chuva e o frio, deixamos uma receita muito fácil para os mais pequenos fazerem.



Bolo da caneca de chocolate

Ingredientes:
- 1 ovo
- 4 c. de sopa de leite
- 2 c. de sopa de óleo 
- 4 c. de sopa de açúcar
- 2 c. de sopa de chocolate em pó
- 4 c. de sopa de farinha de trigo
- 1 c. de chá de fermento em pó

Bater com um garfo o ovo. 
Juntar o leite e o óleo. 
Bater mais um bocado. 
De seguida adicionar o açúcar, o chocolate e por fim a farinha e o fermento.
Colocar numa caneca ou tacinha pequena e colocar 3 minutos no microondas.
Retirar, desenformar e servir.

20 de outubro de 2016

Fim de semana à espreita e tantas propostas para toda a família!




Não sabe o que fazer com os mais novos no próximo fim de semana?
Que não seja por falta de opções!
Aqui seguem as sugestões para o penúltimo fim de semana de Outubro....

A pagantes:

- "Ninhos" – entre os 6 meses e os 3 anos, no Cine-Teatro Joaquim D`Almeida, Montijo, dia 22 de Outubro (Sábado), às 11h00 e às 16h30.
Teatro direccionado para bebés com a duração de 30 minutos.
Para os bebés (6m -3 anos) a entrada é gratuita. Para os maiores de 3 anos o valor do bilhete é €5

- "A Verdadeira História da Lebre e Da Tartaruga" - para maiores de 3 anos, no Teatro Bocage, em Lisboa, no dia 22 de Outubro (Sábado) às 16h00.
Estreia da peça de teatro (que ficará até 26 de Novembro) sobre a célebre corrida, que promete contar o que realmente aconteceu a ambas as personagens naquele dia.
(€7,50)

M
- Oficina de Dança Irlandesa - dos 4 aos 10 anos, no Cine-Teatro Municipal João Mota, Sesimbra, no dia 22 de Outubro (Sábado), às 10h00 para as crianças dos 4 aos 6 anos e às 11h30 para as crianças dos 7 aos 10 anos.
Entre passos e saltos, as crianças podem aprender esta dança tão característica.
A inscrição é obrigatória até ao dia 20 (quinta feira)
(€1,50)

-Reiki para Crianças - dos 6 aos 12 anos, na Biblioteca Orlando Ribeiro, Lisboa, no dia 22 de Outubro (Sábado) das 15h00 às 17h00.
Um programa de 5 Sábados que inicia este dia 22 e que se estende até Fevereiro e que explora as capacidades físicas, intelectuais, comunicativas, espirituais e culturais, através dos sentidos e das emoções, respeitando a diferença.
(€5)

- Vivência Musical com Maive Ardnt - até aos 5 anos, no Pára - Espaço Literário e Cultural, Porto, no dia 22 de Outubro (Sábado) das 10h00 às 10h40 ara as crianças dos 0 aos 2 anos e das 11h00 às 11h40 para crianças dos 3 aos 5 anos.
Com utilização de instrumentos e canto, propõe-se um programa musical para os mais pequenos com a musicoterapeuta Maive Ardnt.
(€12,00 por crianças. Adulto acompanhante não paga)

- Programa Mindfulness para Crianças e Adolescentes - dos 8 aos 14 anos, CreSer, Vila Nova de Gaia, no dia 22 de Outubro (Sábado) às 11h00 para as crianças dos 8 aos 11 anos e às 12h00 para as crianças dos 12 aos 14 anos.
Um programa com 8 sessões de 40 minutos que começa este Sábado e que se estende até ao dia 17 de Dezembro
(€150 o programa completo)

-"Imágini" Dança e Música para Bebés - para todos, no Cine-Teatro Municipal João Mota, em Sesimbra, no dia 23 de Outubro (Domingo) às 16h00 e às 17h00.
Para ver, ouvir e sentir... Dançar e contemplar, em família com o seu bebé.
(€1,50 até aos 12 anos. €2,50 adulto)

"O Nabo Gigante" - para maiores de 4 anos, no Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Barreiro, no dia 23 de Outubro (Domingo) às 16h00.
Um teatro de marionetas integrado na Festa da Marioneta (ver todos os espectáculos aqui) que fala sobre os valores de cooperação, solidariedade e entreajuda.
(€3)

Gulbenkian e o Outono – dos 6 aos 11 anos, no Museu Gulbenkian, dias 22 e 23 de Outubro (Sábado e Domingo).
No Sábado, das 14h30 às 16h30, para além de um passeio pelo jardim do Museu, propõe-se uma investigação eólica e a construção de um cata-vento.
No Domingo, das 15h30 às 17h30, propõe-se uma oficina de artes plásticas e construção de teia. O objectivo é realização de um trabalho coletivo e criativo de construção de uma grande teia-instalação de fios e relações, desenhada no espaço como uma grande mandala.
Cada actividade tem o valor de €7,50 (adulto + criança), acrescendo €4 por cada familiar adicional).

Barlavento - para maiores de 4 anos, no São Luiz Teatro Municipal, Lisboa, no dia 22 de Outubro (Sábado) às 16h00 e no dia 23 de Outubro (Domingo), às 11h00 e às 16h00.
Um espectáculo de música com canções de várias épocas.
(€3 criança. €7, adulto)


De borla:

Oficina "A Linguagem da Programação" - dos 8 aos 12 anos, na Biblioteca Municipal de Algés, no dia 22 de Outubro (Sábado) às 15h00.
Oficina de introdução às linguagens de programação, onde vão ser  irão usados robots de programação através dos quais vai ser possível observar o funcionamento destas novas linguagens.

- Oficina Flipbook - dos 5 aos 12 anos, no MAR Shopping (junto à FNAC), Matosinhos, no dia 22 de Outubro (Sábado).
Uma oficina para comemorar o Dia Mundial da Animação que ocorrerá no dia 28 de Outubro.

- Conto "O Mistério do Urso" - para maiores de 4 anos, na Biblioteca Municipal José Saramago, Loures, no dia 22 de Outubro (Sábado) às 15h00.
Esta história que versa sobre a paternidade e não só vai ser contada com o auxílio de marionetas e um livro 3D.

- À Descoberta das Emoções - dos 6 aos 12 anos, na Biblioteca da Penha de França, Lisboa, no dia 22 de Outubro (Sábado) às 14h30 para as crianças dos 6 aos 10 anos e às 16h00 para as crianças dos 10 aos 12 anos.
Oficina para conhecer o medo, a raiva, a tristeza, a alegria e o afecto. Descobrir o que acontece no nosso corpo e o que se pode fazer quando se sente cada emoção.

Feira Internacional de Miniaturas e Casinhas de Bonecas - para todos, no Centro Cultural Palácio do Egipto, em Oeiras, dias 22 e 23 de Outubro (Sábado e Domingo), das 11h00 às 19h00.
Nesta 6ª edição poderá ver vários brinquedos raros de colecionadores e inúmeras miniaturas, sendo que no Domingo será sorteada uma casinha de bonecas totalmente equipada.


Bom programa!!!

Susana C. "a corajosa"

19 de outubro de 2016

Colina - Pró menino e prá menina


Já lá vai o tempo em que se dizia que os ovos só podiam ser consumidos duas vezes por semana porque aumentavam o colesterol.
Na realidade o ovo é um super alimento e deve mesmo ser consumido diariamente, dado que contém nutrientes essenciais para o nosso organismo!
É rico em proteína, tem várias vitaminas (A, B2, B12, E), tem um baixo teor calórico apesar do elevado teor proteico (principalmente na clara), contém albumina (que contribuiu para o desenvolvimento da massa muscular - muito conhecida pelos desportistas), ajuda a controlar os níveis de açúcar no sangue, é rico em omega 3 (gema), ácido fólico, magnésio, zinco e contém colina.
O ovo é o alimento que contém maior quantidade desta substância derivada da serina (um aminoácido associado à sensação de bem-estar).
Vários estudos já comprovaram que a colina consumida pela mãe durante o período de gestação e amamentação pode influenciar no desenvolvimento cerebral do feto e do bebé, uma vez que aumenta a formação de neurónios. Durante a vida intra uterina ajuda ainda na formação do sistema nervoso e na prevenção da anencefalia e espinha bífida.
Está agora em investigação o efeito da colina na evolução de doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson, dado que a perda progressiva das faculdades mentais pode ser provocada pelo esgotamento das reservas de acetilcolina. Assim, a ingestão de quantidades adicionais de colina podem ajudar a evitar a destruição da acelticolina existente.
Por isso comam ovos à vontade, cozidos (óptimo snack para miúdos e graúdos fora de casa), mexidos, estrelados, escalfados, misturados com legumes, em batidos, em crepes... Ao pequeno almoço, almoço, lanche ou jantar!
(Para os bebés só se deve introduzir a gema na alimentação do bebé por volta dos 9 meses, a pouco e pouco, em vez da proteína - carne ou peixe - e a clara por volta dos 12 meses.)

Claro que a qualidade dos ovos em termos nutricionais depende também da qualidade de vida e alimentação que a sua criadora (ave) tem!
Assim, devem ser preferencialmente biológicos ou pelo menos vindos de galinhas criadas ao ar livre.
Para não se enganar e não ser enganado, convém saber "ler" o código que está na casca dos ovos que se comercializam.... Deixo aqui a fotografia com legenda! Cá em casa só entram 0 e 1`s!

Bom apetite!





Susana "a corajosa"

18 de outubro de 2016

Um ponto branco numa parede branca








Ontem encontrei, por acaso, uma amiga.


Tem dois filhos com idades semelhantes às minhas filhas.
Temos percursos semelhantes (com tudo o que isso tem de bom e mau).
Ontem, a minha amiga, não me tirou as palavras da boca. Ontem a minha amiga verbalizou em tom de questão os meus pensamentos de há já algum tempo:

 - Raquel, tu não sentes que estás sempre a planear coisas? A planificar?

Sim. Estou.

Sinto que planifico ementas, horas de banhos, planeio horas das refeições e horários para dormir (às vezes tenho que negociar para não comprar guerras diárias e fico com trunfos na manga para o dia seguinte), o que vestir de manhã para otimizar despertares assim assim, planifico fins de semana para fazermos coisas giras e divertidas ou simplesmente não fazermos nada e darmos abraços, planifico a falta de tempo que tenho e peço ao relógio que se avarie para o tempo esticar, planeio sopas, pratos, planifico o que fazer na ausência do pai e gerir os reforços nessas alturas, planifico compras, planifico aulas e reuniões, passeios do cão, planeio as horas das mamadas (não encontro uma maneira mais fofinha para dizer isto, desculpem), planeio e planeio e planeio.
Para estar em tudo e não faltar a ninguém.

Hoje fiquei sozinha sem as minhas filhas, um período da tarde, para tentar trabalhar para as minhas aulas que estão quase a começar ( aqui). Dei por mim a olhar para um ponto branco na parede branca.

Tive tempo para pensar. Tive tempo para parar.
Vem-me muito à cabeça o facto de ser filha única (esta definição mega standard é para outro post porque únicos somos todos), ter duas filhas e de estar a aprender e a ver quase tudo pela primeira vez. Amor de irmãs, não sei o que é, ser mãe de duas muito menos...


Sinto que estou numa missão.

Ter filhos é uma vontade.
Criar filhos é uma missão.
 Missão de amor, missão de fazer crescer (nós e eles), missão de falhar e tentar ir por outro caminho, missão de deixarmos as nossas frases feitas de solteira "eu nunca vou fazer", "eu é que sei" (e olhem que pela minha boca já morreram muitos peixes), missão de valores e regras, missão de proporcionar aprendizagens e sobretudo dar-lhes espaço para pensarem e serem criativos à sua maneira (mesmo que isso para nós não faça sentido e... às vezes não faz nenhum), missão para nos questionarmos a toda a hora se isto ou aquilo foram as decisões mais corretas... missão mas nunca obrigação.

Que esta missão nos livre de ideias pré concebidas e de estereótipos quotidianos. Dos "tens de ser" e dos" porque sim"!


Que esta missão não nos deixe cair em tentação.

P.S. - Ela foi para o Judo, não foi para o ballet.




Raquel, a "estratega"



Nasceu o "nosso" Vicente


Já nasceu o Vicente.
Já nasceu o "nosso" Vicente.

Sim, porque também és um bocadinho nosso. Um bocadinho das 6 mães além da tua.

Foste rápido e colaboraste com a mamã. Ela está bem. Por ela já estava em casa. Mas isso, melhor do que ninguém, ela conta depois.

Só te queremos desejar uma vida cheia de amor, saúde, paz e alegria , muita alegria!

Sabes Vicente tens uns papás muito engraçados, para não falar do mano Afonso que te vai apertar até à quinta casa e será, com toda a certeza, o teu melhor amigo.

Vais ter muitos amigos (já tens e não sabes) e vais estar rodeado de pessoas que nunca te vão faltar!

Vicente, aproveita a viagem e nós estaremos aqui para te ver crescer (e escrever as tuas histórias).

Parabéns aos papás.

E agora vai lá iniciar o esquema : maminha esquerda, maminha direita!

Mas por favor, tu dorme!


As 6 mães a um osso.

17 de outubro de 2016

Febre-i-dor




Tive os dois miúdos com febre nos últimos dias. Ao mesmo tempo. Ele começou na quinta feira, com um grande febrão e ela, que gosta de o imitar em tudo, no dia seguinte.

É a segunda vez que isto acontece por aqui e lembro-me bem do desespero que foi, da primeira vez, para sabermos a quem tínhamos dado o quê e a que horas.

Ao princípio parece fácil, não tem nada que saber, medimos às 8h da manhã e foi um ben-u-ron para cada um. Mas depois, a coisa complica-se. Teimam em ter temperaturas diferentes e a atingir os 38ºC em alturas diferentes do dia.

Agora ele tem febre e vai o brufen. Ela ainda não tem, medimos outra vez daqui a 2 horas. E pronto, lá se estraga a simultaneidade e às tantas já não se sabe se da última vez medimos a ela ou a ele e a qual deles é que está na altura de dar o ben-u-ron.

Desta vez, aconselharam-me uma aplicação milagrosa: O febre-i-dor.

Como estava mesmo a precisar de ajuda nesta tarefa do demo, fui logo fazer o download. Senhores! Que maravilha!

Registamos os miúdos, a data de nascimento e o peso. Depois vamos acrescentando a temperatura medida em cada momento. A aplicação, para além de guardar as horas e as temperaturas - o que já de si é uma grande ajuda – ainda nos dá conselhos: agora dê o paracetamol, agora espere mais duas horas e meça outra vez. Tem também um alarme que nos avisa quando está na hora de medir novamente.

Estou fã!

Registo tudo e espero ansiosamente pelo veredito.

Para ser mesmo perfeita, perfeita, só falta pôr os supositórios e tapar os miúdos.



Sónia "a cota"

PASSATEMPO


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PASSATEMPO
KIT Sete Mães
• Um quadro Pikies Gosto de ti (Menta, Pastilha ou Limão)
• Um saco Bomboca Catita

No facebook das Sete Mães encontram toda a mecânica de como participar.
 
O vencedor será escolhido via Random e o resultado publicado no dia 22 de Outubro em todas as páginas.
Nota: O vencedor deverá contactar as Sete Mães via email ou mensagem privada no facebook de forma a acertar os pormenores da entrega do prémio.

16 de outubro de 2016

Um clube para a vida










Neste fim de semana, a propósito dos torneios de futebol dos rapazes, voltou à baila (já o tínhamos discutido a propósito de uma opinião do Dr. Mário Cordeiro) o assunto da inscrição dos miúdos como sócios nos clubes de futebol. Isto é feito por pais, mães, avós e familiares das crianças (muitas vezes, contra a vontade dos próprios pais) e presenteado com histeria no natal, aniversário ou assim logo à nascença, mal o ser abre a pestana (esta para mim, é a melhor).

Dando a importância que queiramos dar ao assunto, confesso que não concordo. Desenganem-se os que acham que não concordo pelo vínculo. E acalmem-se os que vão perguntar se os meus filhos são batizados e quem sou eu para não os deixar escolher. O que me aborrece é a obrigatoriedade imposta às crianças desde muito cedo quanto à escolha da cor do seu coração. Muito mais que qualquer religião, casamento ou contrato. Futebol sim, é assunto sério.

Não sei onde se foi buscar esta ideia de que não se muda de clube. E que quando se escolhe, não mexe mais. O clube de futebol do qual se é adepto, é só um. É para ser assim. É das poucas coisas certas da vida.

O teu clube! (Para ser lido de peito cheio e voz grossa)

Certa é também a evangelização precoce da família sejam todos ou não adeptos do mesmo. Havendo diferenças clubistas, ficam uns a puxar para um lado e outros para o outro no meio de risotas e jogos com grande desportivismo, até a criança escolher. Quando decidir, está decidido.

Agora expliquem-me lá.
Passamos a vida a tentar educar as nossas crianças para que sejam adaptáveis às circunstâncias, permeáveis às mudanças, a pensar pelas suas próprias cabeças. Autónomos com responsabilidade.
Queremos que conheçam o mundo, que vejam as diferenças e as aceitem, e que respeitem o próximo sem perderem a sua identidade. Queremos que cresçam, que evoluam, que mudem, que se tornem melhores pessoas todos os dias e até usamos várias frases de incentivo ao longo da vida deles:

"Se não estás bem, muda-te"
"Quem muda, Deus ajuda"
"Se mudar, vai facilitar"
"A cabeça é redonda, para virar ideias"
"Nada é permanente, excepto a mudança"
"Só deves ter medo do que nunca muda"

Nós próprios, enquanto pais, mudamos a escola se os filhos não estão felizes, mudamos a casa para terem jardim onde brincar ou para estar mais perto dos amigos ou da família. Mudamos os planos para que possam ir a algum sítio que gostem. Mudamos o que nos apetece comer porque eles preferem bife e batatas. Fazemos inúmeras cedências, no dia a dia, pelos nossos filhos.

No fim, há quem defenda que se muda de casa, de carro, de emprego, de cidade, mas são tudo coisas materiais. O coração não muda.
Não? Todos os dias vejo mudanças de coração. Todos nós ao longo da vida mudamos de gostos, de companheiros amorosos ou de partido político. Mudamos de religião ou deixamos de ter religião de todo. Mudamos hábitos alimentares, mudamos rotinas, mudamos sentimentos. Mudamos de amigos, conhecemos pessoas com quem nos identificamos mais. Mudamos de ideias.
Mudamos tantas vezes de ideias.

Mas o clube do qual és adepto........ Isso não muda. Isso é eterno.

Isso é assim. Isso, é porque sim.

Ju, a "cáustica"

Dia sim, dia não!

As refeições cá em casa desde há um ano atrás são sempre acompanhadas pela televisão. Pois eu sei, é péssimo (caímos no erro uma vez quando o Diogo estava doente e não queria comer)!!!

BURROS

Nunca mais revertemos a situação e lá jantamos com o Pedrito Coelho, com a Dora, com o Rato Renato, etc...

Agora com o Diogo no Jardim de Infância queremos saber o que fez durante o dia e a resposta é: NADA! E assim lá nos vai cortando a conversa e continuando de olhos vidrados hipnotizado a ver o Panda e mecanicamente lá vai enchendo a colher e levando-a à boca completamente em modo automático.

Esta semana decidimos que temos de acabar com isto!!!

CHEGA!!!

Temos um trunfo a nosso favor, o Diogo funciona bem quando lhe explicamos antecipadamente coisas que se vão alterar. E assim foi, falei com ele e concluímos que agora, ao jantar, a televisão é dia sim dia não, um jantar com TV, um jantar sem TV, um jantar sem conversa, um jantar com conversa.

E não é que resultou MUIIIITTTTOOOO bem !?
Conversámos, contou como correu a escola, que palavras aprendeu no inglês, como foi a natação, quais os exercícios que gosta de fazer na ginástica, arrufos do recreio...
Aquela cabecinha anda a 1000.

Foi uma refeição mesmo agradável, tal como nos velhos tempos, e no final uma ideia veio-me à cabeça:

não sabemos nem 1/3 do que acontece na escola

É tão difícil arrancar-lhe o dia a dia... Convosco também?







Susana, a "versátil"

15 de outubro de 2016

E se o Miró visse isto?!

Agora que a minha filha frequenta a sala dos 3 anos , descobrimos que ela tem veia de artista!
"Ele" é riscos, quer dizer, obras de arte em papel, nas paredes, na roupa...
Estamos a adorar ver crescer uma artista ( nem artista, nem a adorar). Já me imagino a ser conhecida à custa da minha criança ! Quem sabe não teremos exposição em Serralves, quando o senhor Miró for entregue à senhora Merkel em troca de algum resgate da Troika.
Depois de admirar todas as obras da minha artista, hoje fui presenteada com a mais fantástica e maravilhosa - o desenho da minha pessoa !!
Qual Mona Lisa, qual quê, eu serei o quadro que todos anseiam ver.
Aproveitem para apreciar esta bela obra, enquanto não é necessário pagar para o fazer!









Joana S. a "despistada"









14 de outubro de 2016

Magali(sta) das músicas!





Eu sei. É um assunto com pano para mangas.  Agora imaginem o pano com muitas mangas porque cá em casa o pai é músico, para não falar do tio, do primo e de alguns amigos.

Vamos passar à cronologia.

1 ano

Magali no seu esplendor fazia vénia ao Panda. Sabia cantarolar tudo e mais alguma coisa, sendo que não era muito de seu apanágio coordenar o corpinho redondo com as letras e melodia. Lá se ia bambuleando para a esquerda e direita mas o que interessava mesmo eram as canções. 
Desde os 5 meses que, ao ver a introdução do Mickey Mouse, sorria mais do que ao ver o biberão (um dia pus no repeat 20 vezes a intro só para ter a certeza que era mesmo daquilo que ela se ria. E era).
Claro que a primeira palavra que disse na vida foi...
Mamã.
Estou a brincar. Não foi nada.
Foi M-i-t-e-i (versão Magalês para Mickey)

2 anos

Depois foi descobrindo todo um mundo novo de artistas, vá se lá sabendo como (ou até sabendo) e porquê. Ficou viciada no vídeo Chandelier da Sia e tentava ser a menina protagonista que, verdade seja dita, dá dez a zero a muitos bailarinos que andam praí.

Pois bem, com 2 anos queria fazer os moves da miúda loira e achava-se digna de uma qualquer bailarina do Conservatório Nacional. Cantava também, fazia lá os falsetes dela (quais sopranos da Carmina Burana qual quê) e a coisa ia. Estava a dar tudo e nós que nos habituássemos porque a situação só tenderia a piorar para os nossos ouvidos.

Intercalava esta panóplia de sons com o mundo Buraka Som Sistema. Claro.
Quis dançar como a Blaya, abanar a bunda como a Blaya (claro, também eu queria! Eu até queria a bunda da Blaya), cantar todas, fazer os passos do Bolicao na Vuvuzela e mais tarde descobriu a Elsa.



Agora pára tudo.

Além de ter que gramar com versões em português, inglês, espanhol, russo e karaoke, Magali tentava dar tudo ao microfone fazendo playback (cuida-te Sérgio Rossi). Fazia cânones, lá voltavam os falsetes (coitados dos vizinhos de cima que não têm filhos e já levam com a Frozen há meses – 2 minutos de silêncio para vocês) e ouvía(mos) vezes sem fim essa melodia-tão-familiar-de-quem-tem-filhas.
Essa pancada... não passou, não passou
Mas veio outra.

3 anos

Fomos ao Zoo no verão e assistimos ao espetáculo dos golfinhos. Enquanto esperávamos pelo seu início a Magali decorou literalmente as músicas que passavam(obrigada DJ Dolphins, vais ficar para sempre na nossa memória). Piradinha do Gabriel Valim (portanto música apropriada para grandes grupos infantis), Dialeto do Diogo Piçarra, Duele el Corazon do Enrique Iglesias e Bailando do Mickael Carreira.

Fiz mais de 1000 kms no verão sempre com a mesma playlist. Às vezes queria a mesma música mais do que uma vez. Juntaram-se a estes o Anselmo, o Nelson, o C4 Pedro, o Deejay Telio, entre outros...

Panda, a tua era acabou.

Temo que aos 6 esteja a cantar Deftones ou a ouvir um semba qualquer ali no bar da esquina. Força miúda, vai lá!

Quando lhe pergunto o que quer ser, ela diz:
-       Cantora.
E eu continuo no meu papel:
-       Ai é? Qual é a tua cantora preferida?
E ela, com desprezo responde como é óbvio:
-       A minha cantora cantora preferida? Sou eu!
Claro que disparate penso eu. Que disparate eu achar que poderia ser uma Rihanna ou coisa que o valha.




Como diria a Beyoncé, who run the world?


Girls!






Raquel a "estratega"